Sustentabilidade

Resíduos de agroindústrias viram composto orgânico

Empresa pelotense Nossa Terra é especializada na gestão de resíduos transformando-os em fertilizantes para diversas culturas

Jô Folha - Fertilizante natural, nutritivo e equilibrado, ao ser adicionado ao solo melhora suas propriedades físico-químicas e biológicas

O aumento cada vez maior da atividade agroindustrial em Pelotas e região gerou um impasse a estes empreendedores: a destinação dos resíduos produzidos pela atividade, já que requerem uma solução ambientalmente correta. O engenheiro agrônomo Matheus Lemons e Silva viu na dificuldade uma oportunidade.

Em março de 2018, inspirado pelo pai, que já realizava a compostagem dos resíduos orgânicos domésticos, na propriedade da família, localizada no Monte Bonito, distante 15 quilômetros do centro de Pelotas, resolveu apostar na atividade e fundar a empresa Nossa Terra. "Soubemos da demanda de uma empresa, fomos atrás, entramos na concorrência e conquistamos nosso primeiro cliente que segue até hoje de forma ininterrupta", conta o agrônomo.

Surgia assim, a empresa Nossa Terra Compostagem com o objetivo de oferecer a correta destinação dos resíduos orgânicos e praticar a economia circular e a sustentabilidade. "O processo de compostagem consiste em três etapas", explica. Na primeira, o resíduo é descarregado em baias para a estabilização. A segunda etapa é a compostagem propriamente dita, inicia com a montagem das leiras e ao longo de aproximadamente 30 dias o resíduo é revolvido e atinge temperatura de até 65 graus transformando-se em composto. A última etapa é o beneficiamento, onde é garantida a padronização do produto, ressalta. "Após esta etapa o composto está pronto para ser comercializado a granel ou em sacos de 25 quilos".

O composto orgânico, um fertilizante natural nutritivo e equilibrado, ao ser adicionado ao solo melhora suas propriedades físico-químicas e biológicas e pode ser utilizado em jardins, hortas, produção de mudas e lavouras, como soja, tabaco e milho. O foco inicial da empresa foi a comercialização em floriculturas e, atualmente, atende também produtores rurais em toda a Zona Sul. "Isto fez com que a empresa passasse de 433 toneladas comercializadas em 2021 para 623 em 2022, até o momento", ressalta.

Para qualificar ainda mais os serviços prestados, em 2021, a gestora ambiental Iliane Müller Otto, entrou como sócia e a empresa passou a se chamar Nossa Terra Gestão de Resíduos. "Com experiência em gestão de resíduos e já tendo trabalhado em empresas de destino, transporte e geradores de resíduos, a Nossa Terra passa a ofertar os serviços de adequação do gerenciamento de resíduos, treinamentos, avaliação de atendimento à legislação junto aos clientes e transporte de outros tipos de resíduos não perigosos", diz.

Os sócios ressaltam que conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a responsabilidade do gerador não se extingue ao contratar serviços de transporte e destinação de resíduos. "A Nossa Terra tem entre seus valores a transparência e atendimento à legislação vigente", asseguram. Também ressaltam que a geração de resíduos é alta na região e atualmente a empresa atende apenas uma parte desta demanda. "Hoje estamos numa faixa de isenção de 150 toneladas mensais por unidade, mas temos um projeto de ampliação para três mil toneladas", diz Matheus, que estuda a utilização de uma área no município do Capão do Leão para este fim. Atualmente os resíduos recebidos vêm principalmente de Pelotas e Rio Grande.

O local da empresa também é muito utilizado para educação ambiental. Regularmente, estudantes dos mais diversos cursos universitários, ensino médio e fundamental, visitam a unidade para aprender sobre a compostagem. Também são recebidos os clientes para conhecer como é feito o tratamento de seus resíduos. Recentemente, a Nossa Terra participou da 96ª Expofeira Pelotas, onde além de apresentar o seu trabalho aos visitantes, recolheu os resíduos orgânicos gerados pelos animais nas mangueiras do parque de exposições, que totalizaram 15 toneladas.

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